domingo, 3 de agosto de 2014

Como funciona a medição pelo Ibope

O peoplemeter, aparelhinho distribuído em 930 residências de São Paulo é parecido com esse da foto.

Encontrei uma matéria na internet explicando como funciona essa metodologia que deveria importar apenas ao mercado e executivos, porém anda virando pauta de jornalistas e motivo de desespero para telespectadores.
Importante frisar que, muita gente não sabe como funciona essa medição e com a divulgação desses números (que sempre ocorreu), o telespectador passa a ser estimulado a mudar de canal, ainda mais com o clamor das redes sociais como o Twitter.

Leia:
"O Peoplemeter funciona assim: ao ligar a TV, cada morador identifica-se por meio de uma tecla no controle remoto. O aparelho, então, passa a registrar os dados - o horário em que a TV é ligada e desligada, os canais assistidos, as trocas de canais e o tempo gasto em cada canal.
Na Grande São Paulo, os dados do Peoplemeter são transmitidos por ondas de rádio para a sede do Ibope, e a audiência na TV é calculada em tempo real onde o resultado é disponibilizado quase simultaneamente aos clientes pela Internet.
Em outras cidades, as informações são coletadas uma vez por dia, por telefone, e divulgadas aos clientes no dia seguinte, após aproximadamente 30 minutos da computação dos dados.
A maior região pesquisada é a Grande São Paulo, com apenas 930 aparelhos instalados. Cada peoplemeter (1 ponto na audiência) equivale a 65 mil televisores. Uma amostragem.
Não é possível definir um padrão de margem de erro, já que ela depende da quantidade de domicílios que colaboram e do índice de audiência estimado de cada minuto, logo varia continuamente.
Por contrato, os resultados do levantamento não podem ser exibidos ao vivo nos programas, com o intuito de não estimular uma mudança de hábito que possa ajudar ou prejudicar alguma emissora."
Fonte: UOL Marcilio Kimura - 13/09/2005

Nota: Na época dessa matéria, 2005, as redes sociais não tinham força, portanto não havia esse poder pra saber de imediato o número de determinado programa. Atualmente, alguns perfis no Twitter, postam minuto a minuto essa amostragem. Ou seja?
Os números divulgados são na verdade frutos de 930 peoplemeters instalados em 930 casas. Entendeu?

Não adianta ligar no seu programa preferido pra ele dar mais "ibope". Se você não é um dos "sortudos" que possuem o peoplemeter (como a foto acima), sua audiência não será contabilizada. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Essas maravilhosas capas de discos e suas poses estranhas

Se existe um componente que chama a minha atenção numa novela, é a sua trilha sonora. Sim, música. Muita música. Há novelas que são lembradas unicamente por suas trilhas e há músicas que remetem imediatamente à história: "Aquela música da novela tal é linda!"... Atualmente, as trilhas têm deixado a desejar, incluindo a falta de cuidado com as capas, que, no passado, tinham fotos exclusivas e muito bem feitas dos atores de sucesso. Era o maior barato aguardar os lançamentos e descobrir que ator ou atriz ilustrariam a capa. Separei algumas capas onde os atores estão em poses curiosas. 
Segue a lista:
Carla Camurati
Carla Camurati era Marília em FERA RADICAL, novela de Walter Negrão, exibida em 1988. Em sua biografia lançada pela coleção Aplauso, ela conta que o figurino esportivo ficou pra Malu Mader, a sua antagonista na trama, enquanto a sua personagem, uma dondoca, ficava restrita aos vestidos e saltos altos. Um dia, ela encontrou uma jaqueta de couro forrada com lã e gola peluda e não tirou mais. Foi preciso que Paulo Ubiratan sumisse com a peça. "Mas pelo menos, na capa do disco, estou eu lá, com minha jaqueta adorada", diz. 
Esteticamente, é um capa bonita. Há uma combinação perfeita entre a cor neutra do fundo, com o vermelho do batom e da logomarca. A tal gola peluda também traz um contraste interessante. No entanto, chama a atenção a sua pose: pescoço "quebrado" para o lado e apoiando na gola peluda. 

Angelo Antônio
Um dos maiores destaques da novela de Gilberto Braga, O DONO DO MUNDO, 1991, foi Beija Flor, personagem do então estreante, Angelo Antonio. O rapaz tinha tendências ao marginalismo e fazia surf ferroviário. Só essa razão explica a sua pose na capa da trilha internacional. Estranheza à parte, a foto não deixa de ser bonita.
Andréa Beltrão
Atualmente em reprise no Canal Viva, A VIAGEM foi e continua sendo um sucesso. A trama com temática espírita ainda é capaz de arrebatar o grande público. A sua trilha internacional fez tanto sucesso que, em 2006, na sua segunda reprise, foi relançada com a mesma foto da capa, mas desta vez, sem o nome das músicas. Andréa Beltrão se destacou como a jovem Lisa e seu figurino: bota coturno com meias até o joelho e saia xadrez foi copiado por dez em cada dez jovens da época. Talvez, por isso, tiveram a ideia de colocá-la de bruços e com as pernas cruzadas. Experimente fazer isso! 
Rita Guedes
OLHO NO OLHO,  curiosa novela de Antonio Calmon foi ao ar entre setembro de 1993 a abril de 1994. Não fez sucesso entre os adultos, mas chamou a atenção das crianças e adolescentes. Paranormalidade era o tema central da trama. Dois jovens, um bonzinho e outro malvado, lançavam raios pelos olhos. Exotismos à parte, a trilha internacional era recheada de sucessos e a linda Rita Guedes, que interpretava Pink, uma jovem patricinha, foi a escolhida para estampar a capa do disco. O fundo vermelho deu um realce especial à roupa e logomarca, ambas brancas. Mas o que é aquela mãozinha esquerda no peito? Meiga, não? 
Murilo Benício
Em agosto de 98, Ricardo Linhares estreou a sua primeira novela solo: MEU BEM QUERER. Era mais uma história de universo regional, desta vez, exibida no horário das sete. Ao contrário das outras novelas com temáticas similares, escritas em parceria com Aguinaldo Silva, esta ganhou uma trilha com músicas internacionais. Aliás, belíssimos temas, entre eles, Shaniah Twain com "From This Moment", tema do casal protagonista. Murilo Benício era Antônio, o mocinho. E foi ele o escolhido para ilustrar a capa que tinha o fundo colorido imitando as garrafinhas de areia. Além do excesso de muitas cores, a estranha pose do rapaz deu um resultado estranho. Aliás, que pose é essa, Benício?
Antonio Fagundes
VALE TUDO é uma das melhores novelas da televisão brasileira, quiçá, do mundo. A união de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres possibilitou a criação de um texto perfeito. "Vale a pena ser honesto no Brasil?" - era essa a pergunta que norteava a trama. Antonio Fagundes interpretava Ivan Meireles, um homem disposto a subir na empresa onde trabalha como um simples operador de telex. E foi com o uniforme da TCA (empresa para qual trabalhava) que ele saiu na capa da trilha nacional da novela. Sentado no banquinho e com a mão no queixo, Fagundes não deixa dúvida: que pose esquisita é essa? 




quinta-feira, 17 de julho de 2014

WHO CARES?

Sou um telespectador aficionado por televisão. E essa paixão vem desde a infância. Logo, nada mais natural do que estudar, analisar e trocar informações com quem entende do assunto. E as redes sociais, incluindo blogs e sites, são um prato cheio para isso.
E como um telespectador, o que me importa na televisão? Sim, acertou quem disse: o conteúdo.
O programa é bom? 
A novela tem uma história ruim?
A série tem viradas interessantes?
Quais os pontos positivos da história? 
Quais os negativos? 
Os atores estão indo bem? 
O apresentador é carismático? 
Eu sou assim. Acho que todos os telespectadores, também, deveriam ser assim. Mas não são...
De uns tempos para cá, comecei a notar que sites, blogs e portais de notícias estavam fissurados em falar apenas de audiência, ibope, share, números, números, números.

Who Cares?
É um bombardeio de números para todos os lados. Eu sei, você talvez saiba, que, infelizmente as emissoras de televisão e o mercado (eu disse: O MERCADO) se guiam pelos números aferidos através de aparelhos do Ibope na cidade de São Paulo. São 930 aparelhos, sendo que cada um desses equivale a 65 mil domicílios na grande São Paulo (???????). É uma amostragem (aliás, utilizada desde que eu me entendo por gente). Na minha humilde opinião, um método extremamente defasado que prioriza o "achamento", afinal, quem garante que as outras residências que, não possuem o tal aparelhinho, e fazem parte dessa conta que inclui 65 mil domicílios, estão assistindo a determinado programa de sucesso? Quem garante que eles estão assistindo televisão? Você confia? Eu não. Como já disse, sou um telespectador e a mim, pouco importa se programa está no traço ou se dá 30, 50 ou 100 pontos de audiência. O que me importa é achá-lo bom ou ruim.

Informação?
Nos últimos tempos, cresceram portais concebidos apenas para esse propósito: informar os números aferidos dos 930 aparelhos. Informar para quem? Aos publicitários? Ao mercado? Aos executivos das emissoras? Nãooooooo, meus amigos, pasmem! É para o telespectador médio comum mesmo... 
E nas redes sociais, pipocam perfis postando números aferidos minuto a minuto... segundo a segundo... suspiro a suspiro...

Maria vai com as outras
Obviamente, tem quem se guie por isso. Um exemplo clássico tem ocorrido no site do Canal Viva. Após o anúncio da exibição da novela "Pecado Capital", remake da novela homônima de Janete Clair, surgiram protestos dos "telespectadores" e um dos maiores argumentos era de que "essa novela teve péssima audiência". Poucos comentários acerca da história, elenco, trilhas... Para os "telespectadores", a novela não pode ser exibida porque, em sua exibição nos anos de 1998/99, não teve uma boa audiência. Poucos falam que a versão de Glória Perez não pode ser exibida porque a acharam ruim ou confusa. Ou outros problemas. Questão de gosto, claro.


Urubus?
Um outro caso curioso aconteceu na estreia da nova versão de "O Rebu". Alguns perfis do twitter, previram e o esperado aconteceu, partindo dos "jornalistas e críticos" de plantão: “Novela 'O Rebu' estreia com a pior audiência do horário das onze”. O capítulo terminou e lá estava, estampado a tal manchete. Deus! Nem Mãe Diná acertaria isso. Segundo um dos “jornalistas” de plantão, era "obrigação jornalística" informar aqueles números que estavam em queda (oi???). Esse “jornalista”, por sinal, vez ou outra, faz questão de listar todos os números de novelas anteriores e comparar, mesmo sabendo que a tal amostragem muda anualmente.
Uma “jornalista” acostumada a encher a sua coluna com muitos números fez o mesmo no dia seguinte. O outro “jornalista”, mal humorado e com mania de pato, não tem outra pauta a não ser falar de números. E há outro que saiu de um portal de uma grande emissora e faz questão de mencionar e frisar sempre... os números e sua queda. E tem a jornalista de um bom site, também, muito preocupada em postar os números diários de SP e RJ. É, meu caro, o resto do Brasil não existe. “Ah, pro mercado, apenas essas cidades importa”...
A pergunta: isso é jornalista mesmo? 

Desesperar jamais!
E os blogs de curiosos e fãs de televisão? No cyber space eles se amontoam e se esvaiam por números. Quanto mais sangue, quer dizer, números, melhor. Um desses, por exemplo, é o desespero em pessoa ao perceber que determinado programa está com uma audiência baixa. Certa vez, perguntei se ele era executivo de alguma emissora pra tanto desespero.
Sai novela, entra novela. Sai programa, entra programa... A pauta nunca muda. “Novela X estreia com pior ibope da história do horário” e blá blá blá... E assim, será. Adeus críticas acerca do produto, embora poucas ainda existem e resistem.
Por quê? Pra quê? Por quem? Existe um público interessado em se nortear por essas informações? Ou será que as próprias emissoras esperam realmente que o telespectador se guie pelos números? Porque eu e você, telespectadores comuns, não temos que nos preocupar com números e blá blá blá... O que nos interessa é o conteúdo. É questionar a infelicidade do mocinho. Comentar do tema social abordado na reportagem. Falar da história, questionar, se emocionar... Números, ibope, audiência, share, ah, pô... 
Who cares?